Ricardo Nunes vai a Aparecida de helicóptero e reafirma estudar reajuste na passagem de ônibus em SP
APARECIDA, SP (FOLHAPRESS) - Reeleito prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) foi nesta segunda-feira (28) até o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, a 180 km da capital paulista, para agrader pelo resultado das urnas.
Nunes chegou ao santuário de helicóptero, por volta das 14h30, acompanhado da esposa, Regina Carnovale Nunes. O presidente do MDB, Baleia Rossi, e o vereador Marcelo Messias (MDB) também estiveram presentes.
Em nota, a assessoria da prefeitura afirmou que o Nunes arcou com os gastos da viagem. "Trata-se de agenda pessoal, portanto, com recursos próprios, sem qualquer despesa ao erário", diz a nota. "Lembrando que hoje é ponto facultativo em razão do Dia do Servidor Público."
Nunes disse que avisou secretários e subprefeitos de que as férias estão suspensas até março -ele deverá tirar alguns dias de férias somente em abril, após a época de fortes chuvas.
Quanto à escolha do secretariado municipal para o próximo mandato, o prefeito falou que isso deve ser feito somente em dezembro.
Nunes avisou aos subprefeitos e secretários que as férias estão suspensas até março, e ele deverá aproveitar alguns dias de férias somente em abril. Isto é, após a época de fortes chuvas.
"Estou formando um grupo de estudo das nossas propostas, da análise do desempenho dos secretários. Para saber onde a gente precisa reforçar", disse. Caberá ao atual secretario de governo Edson Aparecido conduzir este grupo de trabalho.
A formação do novo secretariado exigirá habilidade política do prefeito. Sua reeleição contou com apoio de 12 partidos e o empenho de caciques como Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro, ambos do PL, bem como do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
"Hoje a gente já tem o União Brasil, Podemos, Republicanos, PL, já fazem parte do governo hoje", afirmou. "Foi uma continuidade daquilo que a gente já tem hoje no governo, que já foi construído em 2020 com Bruno [Covas] e comigo. Evidentemente, nomes podem surgir como opção que a gente vai analisar", prosseguiu.
Outro assunto a ser debatido em dezembro, segundo Nunes, é a manutenção ou o reajuste da tarifa de ônibus. O valor de R$ 4,40 está em vigor desde janeiro de 2020, e o prefeito não descarta a possibilidade de aumentar a tarifa.
"O meu desejo é manter a tarifa, mas eu preciso manter o equilíbrio fiscal e não tirar da saúde, da educação", disse. "Então, em dezembro, havendo possibilidade, a minha vontade é manter. Se por acaso a gente não tiver possibilidade, aí eu vou explicar para a sociedade."
Pressionado pela inflação e pelo preço do diesel, Nunes vem falando sobre a possibilidade de reajustar a tarifa de ônibus desde a campanha eleitoral.
Ele teme, contudo, lidar com os custos políticos de um reajuste, e até por isso vem dizendo que é o prefeito a manter o mesmo valor por mais tempo -o congelamento da tarifa desde 2020 é o maior em 20 anos, pelo menos.
A prefeitura prevê gastar R$ 6,5 bilhões em subsídios às empresas de ônibus neste ano, como forma de compensar o congelamento da tarifa. A cifra é quase metade do orçamento do transporte em 2024.
Entre as prioridades do novo mandato, Nunes listou a retomada do programa Prefeitura Presente, no qual o prefeito e seus secretários passam o dia em determinado bairro ou região. Também se comprometeu em agilizar obras para entregar equipamentos de saúde como UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e UBSs (Unidades Básicas de Saúde).
Mais cedo, em entrevista ao Bom Dia SP, da TV Globo, Nunes disse que a concessionária de energia Enel tem que sair da cidade e afirmou que vai trabalhar para que isso aconteça.
"Eu já vinha fazendo essa ação e, agora reeleito com essa votação expressiva, portanto inegavelmente com muito mais peso político, eu começo, junto com o Tarcísio, com mais força ainda para tirar essa empresa daqui. A Enel tem que sair daqui", afirmou.
O prefeito disse que vai fazer pressão política para tirar a concessionária da capital.
"O governo federal, o presidente da República, esse péssimo ministro de Minas e Energia têm que tomar uma atitude. O contrato é claro, a concessão é federal, a regulação é federal e a fiscalização é federal. Então o governo federal precisa olhar para a população de São Paulo e tirar essa empresa daqui. Nós temos que fazer uma ação para ter uma nova empresa com responsabilidade", afirmou.
Nunes, que é católico, disse que foi ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida para agradecer a reeleição e pedir proteção. Ele posou para selfies e foi parabenizado pela vitória.
Um possível apoiador falou do êxito da Polícia Militar em retirar cerca de 130 pessoas de duas ocupações, e Nunes respondeu que "vai ter mais". Neste domingo, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), a polícia foi acionada para retirar pessoas, incluindo crianças, de um prédio na rua Major Quedinho e de outro na avenida Nove de Julho.
Além de Nunes, o santuário recebeu nesta segunda-feira o prefeito eleito de Taubaté, Sérgio Victor (Novo).
CRÍTICAS À IMPRENSA
O prefeito criticou a Folha de S.Paulo. Questionado pela reportagem sobre as declarações do governador Tarcísio, que neste domingo disse que a facção criminosa PCC recomendou voto em Guilherme Boulos (PSOL), o adversário de Nunes no segundo turno, o prefeito demonstrou irritação com o fato de o jornal noticiar que Tarcísio não apresentou provas sobre o que dizia.
"Ele não foi fazer um depoimento, ele estava em uma coletiva", afirmou Nunes. "Eu acho que a Folha errou gravemente. É uma vergonha a Folha de S.Paulo fazer o que fez", acrescentou.
"Infelizmente a Folha de S.Paulo fez uma matéria totalmente desconectada, o que a gente lamenta muito. A gente espera muito da imprensa, quando a imprensa comete um erro grave desses... A gente precisa elogiar quando tem que elogiar e ponderar para que as pessoas sempre possam melhorar. É o que eu faço."
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