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Sob onda de frio, capitais do Sul expandem acolhimento para pessoas em situação de rua

Por Folha de São Paulo

28/08/2024 9h45 — em
Variedades



PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - A onda de frio que atinge o Sul do Brasil nos últimos dias, além de derrubar as temperaturas, exige uma atenção especial para o acolhimento de pessoas em situação de rua.

Em Curitiba, a atuação de assistentes sociais foi intensificada em horários noturnos desde maio. "Nós ampliamos mais nove equipes de abordagem social das 18h à 1h, em complemento às equipes que já estão atuando 24 horas", diz Grace Puchetti Ferreira, diretora de atenção à população em situação de rua da FAS (Fundação de Ação Social).

O número de vagas de acolhimento foi expandido de 1.450 para 1.740. A cidade tem um contingente estimado de cerca de 3.600 pessoas em situação de rua. No fim de semana, cerca de 1.500 pessoas dormiram em abrigos municipais.

A mínima em Curitiba chegou a 2,4°C na terça-feira (27), de acordo com o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná). A cidade registrou geada na segunda-feira (26), e outras localidades da região metropolitana tiveram temperaturas próximas de 0°C. Nesta quarta (28), a mínima foi de 5,3°C na capital paranaense.

"Monitoramos a taxa de ocupação diariamente e, à medida que a gente identifica que há uma maior aceitação da população, nós organizamos mais vagas emergenciais em hotéis sociais, casas de passagem e unidades de acolhimento", explica Ferreira. No momento, há vagas sobrando.

Ao todo, são 27 espaços de acolhimento dentre oficiais e parceiros, incluindo casas de passagem, cinco hotéis sociais e três centros Pop para atendimento diurno, com oferta de alimentação e higiene.

De acordo com Ferreira, as equipes da abordagem "trabalham com a aproximação dessa pessoa, com a criação de vínculo e a sensibilização. Caso essa pessoa não aceite, nós não levamos ela compulsoriamente". No caso de quem não quer ir, é feita a oferta de cobertores para proteção.

Uma das estratégias para ampliar o acesso e a adesão aos abrigos é adaptar os espaços à realidade das pessoas em situação de rua.

"Muitas pessoas não aceitavam ir para o acolhimento porque estavam com o seu cãozinho, então nós nos organizamos enquanto política pública", diz Ferreira. "Hoje todos os nossos abrigos possuem caixa pet, e nossa unidade de casa de passagem possui canil. Então, isso não é mais um impeditivo".

Em Porto Alegre, onde a mínima foi 6°C nesta terça-feira, a operação Inverno de acolhimento aconteceu diferente de outros anos, devido aos impactos das chuvas e enchentes que atingiram a cidade em maio.

Um abrigo especial foi montado para receber pessoas em situação de rua, muitas afetadas diretamente pela inundação dos seus locais comuns de trânsito ou de áreas de acolhimento.

Essa população, cerca de 2.600 pessoas segundo dados de maio, já sofria o impacto do incêndio em uma pousada no dia 26 de abril, que causou a morte de 11 pessoas. Com os andares superiores parcialmente consumidos pelas chamas, o edifício que sediava o alojamento foi alagado durante a enchente.

Como há possibilidade de mais chuvas até setembro, período tipicamente chuvoso no Rio Grande do Sul, o atendimento em caráter emergencial será mantido.

De acordo com a Fasc, suas equipes fazem ronda noturna entre 20h e 23h na área central para busca ativa, além da ronda social regular entre 8h30 e 17h30.


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