Tarcísio lamenta a morte de estudante de medicina pela PM mais de 40 horas depois
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Mais de 40 horas depois de o estudante Marco Aurélio Cardenas Acosta, 22, ser morto em abordagem da Polícia Militar na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) usou as redes sociais para se pronunciar.
Em uma nota breve às 21h24 desta quinta (21), ele lamentou o ocorrido e a conduta dos policiais envolvidos na ocorrência na madrugada do dia anterior.
"Eu lamento muito a morte do Marco Aurélio. Essa não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão, sob nenhuma circunstância. A Polícia Militar é uma instituição de quase 200 anos, é a polícia mais preparada do país e está nas ruas para proteger. Abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos."
Conforme registro policial, uma equipe da PM fazia patrulhamento na região da rua Cubatão na madrugada de quarta-feira (20), quando, por volta das 2h, desta quarta foi acionada para atender uma ocorrência envolvendo o estudante do 5º ano de medicina da Universidade Anhembi Morumbi.
No local, ainda conforme versão oficial, o rapaz parecia agressivo e desferiu um tapa no retrovisor da viatura quando os policiais tentaram abordá-lo. Na sequência, o estudante saiu correndo e entrou em um hotel próximo.
Os policiais seguiram Acosta até o hotel, onde entraram em confronto. A vítima derrubou um dos PMs, momento em que o parceiro efetuou um disparo, que atingiu a vítima no abdômen.
O estudante foi levado ao Hospital Ipiranga, mas teve duas paradas cardiorrespiratórias antes de ser submetido a uma cirurgia. Ele morreu por volta das 6h40.
Analisando o vídeo e as informações iniciais, oficiais ouvidos pela reportem afirmam que os PMs poderiam ter mantido uma distância segura do rapaz, mesmo com as armas em punho, e pedir apoio de outras viaturas, caso o jovem não se rendesse. Um tiro só deveria ser dado caso o abordado representasse um risco real, por exemplo, se tivesse tentando tirar a arma do oficial.
O policial militar que efetuou o disparo, identificado como soldado Guilherme Augusto Macedo, 26, foi indiciado por suspeita de homicídio doloso em inquérito da Polícia Militar, de acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública).
"Os policiais envolvidos na ocorrência prestaram depoimento e o agente responsável pelo disparo foi indiciado por homicídio doloso no Inquérito Policial Militar (IPM). Ambos permanecerão afastados das atividades operacionais até a conclusão das apurações. Toda a conduta dos agentes é investigada", afirmou a pasta em nota nesta quinta-feira (21).
O IPM ainda apura a atuação do soldado Bruno Carvalho do Prado, 34, colega de Macedo na viatura de prefixo M-12211 (dupla da 2ª companhia do 12º batalhão). A reportagem não localizou a defesa dos PMs.
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