TCU cobra o Dnit e apura desabamento da ponte entre Maranhão e Tocantins
MACAPÁ, AP (FOLHAPRESS) - O TCU (Tribunal de Contas da União) determinou, nesta sexta-feira (27), a realização de fiscalização para apurar o desabamento da ponte sobre o rio Tocantins, que conectava os estados de Maranhão e Tocantins, e avaliar o risco de novas ocorrências em outras estruturas que também são de responsabilidade do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).
No último domingo (22), a ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira desabou e resultou na morte de, até então, dez pessoas --nove ainda seguem desaparecidas, segundo as equipes de resgates.
Segundo o TCU, o Dnit é orientado, desde 2011, a realizar vistorias e trabalhos de conservação de OAE (sigla para "obras de arte especiais"), como pontes, túneis, viadutos, passarelas e estruturas de contenção, em rodovias federais do país.
O tribunal vai avaliar as condições das OAE e as ações adotadas com vistas à manutenção dessas estruturas.
A partir de agora, como determinação, o Dnit deve manter atualizado o SGO (Sistema de Gerenciamento de Obras de Arte Especiais), com inventário completo e disponível de todas as chamadas obras de arte especiais presentes nas rodovias federais sob sua jurisdição, com informações cadastrais e de estado de conservação.
Em nota, o Dnit disse que tem conhecimento do processo, mas ainda foi notificado oficialmente. A autarquia, vinculada ao Ministério dos Transportes, afirmou que está disponível para colaborar com a apuração que será realizada pelo órgão.
Conforme revelado pela Folha, inspeções realizadas pelo Dnit mostram que a ponte era considerada uma estrutura em estado "ruim" de conservação.
A Juscelino Kubitschek ligava os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), cruzando o rio Tocantins, e faz parte da rodovia BR-226, um dos trechos da Belém-Brasília. O desabamento aconteceu por volta de 14h50 de domingo e atingiu o vão central da estrutura, que tem 533 metros de extensão.
Operação de resgate
Segundo o Corpo de Bombeiros do Maranhão, os mergulhadores enfrentam dificuldade nos trabalhos de resgate devido às características do rio, como baixa visibilidade e uma forte correnteza. Além disso, a profundidade do rio no local do acidente é de cerca de 50 metros, o que também dificulta o trabalho de buscas.
Para auxiliar os trabalhos, as equipes utilizam um equipamento chamado SideScan Sonar, que identificou a possível localização do caminhão, a aproximadamente 40 metros de profundidade.
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