Universidades brasileiras investem em fazendas solares e rede elétrica própria
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Além de desenvolver pesquisas sobre energia limpa, algumas da melhores universidades do país segundo o RUF (Ranking Universitária Folha) adotam medidas para reduzir emissões e aumentar a eficiência energética em suas próprias operações.
As principais estratégias são a adesão ao mercado livre de energia, a troca de equipamentos e a autogeração fotovoltaica.
A PUC-Rio (25ª no ranking geral do RUF e segunda melhor entre as instituições particulares) aderiu ao formato em 2017. Segundo a instituição, o abastecimento por fontes renováveis no campus da Gávea, na capital fluminense, evita a emissão do equivalente a 450 toneladas de CO2 por ano.
Com economia anual de R$ 10 milhões, a Unicamp (segunda na lista geral do RUF) é a única pública a adotar o modelo, desde 2002. Neste ano, o pregão realizado para contratação de energia tornou obrigatório o fornecimento apenas a partir de fontes renováveis.
A troca da infraestrutura de iluminação e refrigeração também é uma ação comum às instituições.
A maior promessa é a autogeração. A PUC-Rio está implementando duas fazendas solares em seus campi na capital e em Duque de Caxias (RJ), com 600 placas fotovoltaicas. Além de abastecer o campus, as placas serão usadas em pesquisas com empresas sobre energia solar.
Na Unicamp, o professor Luiz Carlos Pereira, da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação, coordena desde 2017 o programa Campus Sustentável, no qual pesquisadores projetaram as usinas fotovoltaicas que foram instaladas na Cidade Universitária para pesquisa e substituição do abastecimento. Hoje, 7% da energia consumida no campus é produzida nessas plantas solares.
Thalita Dalbelo, coordenadora de sustentabilidade da Unicamp, afirma que a estadual quer atingir a autossuficiência energética com zero emissão até 2050.
Parte da estratégia envolve um projeto-piloto centrado em microrredes, uma rede local de distribuição e consumo de eletricidade com capacidade de operação autônoma e isolada da concessionária.
Em apagões como os de São Paulo, a microrrede se desconecta automaticamente da rede principal e gerencia a autogeração e o consumo. "Com uma microrrede, um hospital inteiro pode funcionar em um apagão. E serve para aeroportos, sistemas de trânsito e até sistemas isolados na Amazônia", diz Pereira, da Unicamp.
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