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Veja os números da letalidade policial em SP, com alta na gestão Tarcísio

Por Folha de São Paulo

04/12/2024 13h00 — em
Variedades



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em meio a uma alta nas mortes causadas por policiais em SP, o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) vê os números voltarem a patamares anteriores às câmeras corporais em fardas da Polícia Militar enquanto lida com casos como um homem jogado de uma ponte por um policial militar e um jovem morto com 11 tiros nas costas por um PM de folga.

Nos últimos anos, as forças de segurança registraram queda no número de mortos por policiais após a implantação de programas como o Olho Vivo, das câmeras corporais, tendência que parece estar sendo revertida, segundo críticos.

Nos casos recentes, o governo prometeu investigação e punições quando houver desvios.

Números publicados pela Secretaria da Segurança Pública paulista mostram que o governo Tarcísio pode estar caminhando para atingir as marcas de mortes de outras gestões registrada na série histórica. Foram 580 mortos no acumulado de janeiro a setembro de 2024, com aumento de 55% ante o mesmo período de 2023, que teve 374 óbitos.

O número de 2024 praticamente dobrou na comparação com os nove primeiros meses de 2022, que chegaram a 293 vítimas.

Considerando os óbitos em ocorrências envolvendo policiais civis e militares, de serviço ou de folga, o primeiro trimestre mais letal desde 2016 ocorreu em 2020 sob a gestão João Doria, então no PSDB, com 262 óbitos. O governo Tarcísio é o terceiro com mais mortes, com 220 mortes no acumulado dos três primeiros meses deste ano, atrás do primeiro trimestre de 2017, sob Geraldo Alckmin (à época, no PSDB), com 238 vítimas.

Foram considerados dados de 2016 para que a comparação incluísse os mortos por policiais militares de folga, cujos números eram computados em outra categoria até março de 2015.

A maioria das ocorrências diz respeito a policiais militares em serviço. A maior proporção de mortes causadas por agentes da Polícia Civil em relação ao total, de 9,2%, ocorreu no acumulado de janeiro a setembro de 2022, sob a gestão João Doria e Rodrigo Garcia (PSDB). Considerando apenas trimestres isolados, essa parcela foi maior no período de julho a setembro de 2017 (12,2%).

O governo tem defendido a atuação na segurança pública, segundo disseram o governador e seu secretário de segurança, o ex-PM da Rota Guilherme Derrite, com indicadores de crimes como as vítimas de homicídios dolosos e de roubos no estado. Ambos estão nas menores marcas da série histórica recente, com início em 2001.

Na capital, foram 407 vítimas de homicídios dolosos em dez meses deste ano —o que representa queda de 1,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Ao mesmo tempo, houve aumento de casos de latrocínio —assassinatos que resultam de assaltos— na cidade de São Paulo.

Os números de janeiro a outubro de 2024 já superam os registros de todo o ano passado: foram 45 vítimas de latrocínio em dez meses, duas a mais do que em todo o ano de 2023. Houve um aumento de 22% em relação ao período de janeiro a outubro anterior.


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