MANAUS, AM (FOLHAPRESS) - Em um caso confuso, o vice-reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o médico Jacob Cohen, foi diagnosticado com o novo coronavírus nesta segunda-feira (16). É o segundo caso em Manaus e no Norte do Brasil, até agora a região menos atingida pela epidemia.

A informação foi dada pela própria Ufam. Em nota nesta terça (17), a universidade informou que estava fora de Manaus havia duas semanas e que chegou de São Paulo com sintomas leves. Ele está em quarentena em casa e passa bem.

Em entrevista ao blog Portal Marcos Santos, Cohen deu outra versão ao contágio. Disse que tem o diagnóstico já há oito dias e que contraiu o vírus no interior do Amazonas, onde participava de uma ação de saúde ocular com 25 colegas, incluindo americanos, canadenses e paulistas.

Um médico paulista e outro canadense também contraíram a doença, segundo declarou Cohen na entrevista.

O comunicado da Ufam e as declarações de Cohen, por sua vez, contradizem informação dada pelo governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) no final da tarde de segunda-feira. Após reunião com autoridades estadual de saúde, ele informou que só havia um caso confirmado e que todos os demais 14 casos em investigação haviam sido descartados. Além disso, Lima afirmou que nenhuma suspeita havia aparecido no Amazonas nas últimas 48h.

A reportagem pediu esclarecimentos à Secretária de Saúde por e-mail e WhatsApp, mas não obteve resposta até a conclusão deste texto.

A assessoria da Ufam diz que Cohen não iria atender a reportagem por que está de resguardo, mas confirmou tanto a veracidade da entrevista ao blog quanto a informação contida na nota oficial.

Além de Cohen, uma mulher recém-chegada de Londres foi diagnosticada com o Covid-19, na última sexta-feira (13). Na segunda, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS) informou que ela não contaminou ninguém, já se recuperou e está fora do período de transmissão.

Até agora, o Amazonas foi o único estado do Norte com casos de coronavírus. Mesmo sem registro da doença, outros estados estão tomando precauções, como suspensão de aulas, proibição de eventos, reforço nos sistemas de saúde e cancelamento de viagens de servidores.

Desde a semana passada, o governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL), vem pedindo ao governo federal o fechamento das fronteiras com a Venezuela e Guiana, mas não havia resposta até a conclusão deste texto.